Como medir os sentimentos de uma pessoa?
Como avaliar se a paixão por alguém ou algo é insando ou normal em estado absoluto?
Sinceramente, não sei responder, e nem quero respostas.
Apenas abrir a discussão.
Porque se há algo neste mundo que apaixona é o futebol.
Acordei neste domingo com vontade de ir ao Moisés Lucarelli ver Ponte Preta x Santos.
Não torço para nenhum dos dois times, mas sabia que a decisão da vaga no mórbido Paulistinha 09, seria viva, intensa.
Fiz minhas tarefas do dia, entre faculdade e F-1. Almoço e afins.
Às 14:33 saí de casa e me dirigi, a pé, até o estádio pontepretano.
Minha intenção era comprar meia-entrada e entrar na torcida da Ponte, onde já fui algumas vezes e é muito bom, a torcida joga junto com o time, são os "Hooligans do interior".
Assim que cheguei nas cercanias no estádio, um festival de cambistas.
Um deles, dizia: "Acabou a meia lá, na minha mão é 25".
Eu iria pagar 15 e havia levado apenas 20 reais para o campo.
Quanto fui à bilheteria, era verdade, não havia mais meia.
Pensei em ir para casa. Mas algo me dizia que seria bom ver o jogo.
Resolvi ir atrás do cara dos ingressos e tentar negociar valores.
Mas quando o encontrei ele estava sendo "batido" pela PM...
Resolvi seguir rumo à minha casa, até que passei enfrente a um bar.
A torcida da Ponte cantava empolgada e com gritos de guerra, provocando os santistas.
Revoltados, os peixeiros resolveram retrucar e a discussão ficou como os baderneiros gostam.
E eu alí, no meio do fogo cruzado. Ainda bem que saí de casa inteiro de preto e branco, fazendo alusão aos dois times.
Seguindo, são e salvo, vi um pessoal com a camisa do Santos entrando numa rua.
Resolvi segui-los e saí na entrada da torcida visitante. Fui até as bilheterias.
Se na parte pontepretana vi uns três cambistas, alí parecia uma convenção, uns 20, e na cara da bilheteria...
Me ofereciam meia, inteira, mas consegui meia-entrada na própria bilheteria... Ao preço que meu bolso aceitava, rs.
Entrei!
Achei um bom lugar, atrás do gol, liguei meu radinho e fiquei tranquilo.
Logo conheci um rapaz que estava com o filho de uns 5 anos
Era bacana ver como o pai mostrava a alegria de ser santista ao herdeiro, que com os olhos cheios de surpresa e admiração, olhava a massa praiana invadindo o interior.
O jogo começou, o Santos estava mal, errando muitos passes e a Ponte era perigosa, ao ponto de obrigar Fabio Costa à grandes defesas.
Aos poucos o Santos era dominado, desanimando sua torcida, que, até surpresa, vibrou com o gol. Não vi quem marcou o gol, mas apostei com um cara ao lado. "Não sei também, mas apostaria fácil que foi o KP. Acertei.
Vibrei, mas era fingimento. Pensava no resultado do Mogi em Bauru e em outros resultados...
No intervalo conheci mais duas pessoas. Pareciam ser pai e filho também, mas com idade maior. O suposto filho já beirava os 25 anos.
Discutimos a situação de desempate com a Portuguesa, e claro, teatral, eu usava os termos; "se ganharmos", "vamos ganhar", só depende de nós aqui", entre outros que me faziam entrar na torcida deles.
Na volta ao segundo tempo, uma surpresa. Com nove segundos a Ponte empatava com Dayvid. Um caminhão pipa de água fria nos milhares de santistas. Repentinamnete comecei a entrar no clima e fui ficando tão desanimado quanto eles.
Minutos depois, o pior. Gum virou o jogo para a macaca. Era o fim?!
Com o gol do Santo André no Canindé, eu avisava: "Precisamos fazer um gol aqui e torcer por mais um do SA ou fazer dois aqui, mas com essa bolinha..."
O Santos estava nervoso e fui ficando tanto quanto os jovens em campo, ainda abalados com a virada.
Mas aos 37 minutos entrou em ação o cara!
Kléber Pereira, novamente, fez o gol de empate, o tento da esperança santista.
O que foi aquilo, a torcida vibrou demais, parecia prever a classificação, o milagre, a virada...
"O Santos é o time da virada...O Santos é o time da virada...O Santos é o time da virada..."
O canto invadiu as orlas do estádio, invadiu a alma dos jogadores, e confesso, me fez ser santista por alguns minutos.
Torci pela virada como se fosse o time que eu amo.
Xinguei de verdade, torci na real, sem contracenar...
Até que Jean pôs a mão na bola, eu, e outros tantos gritaramos: "Penalti juizão..."
E o juizão assinalou...
Quem pegou a bola?
Kléber Pereira.
Que agonia. Mais um pouco de sofrimento para uma tarde de tensão para os santistas...
O gol e o apito do árbitro fariam daquele jogo histórico para o time com mais história no país do futebol.
KP foi lá e pimba, gol! 3x2... Incrível!
Quando o árbitro apitou final de jogo, eu não acreditava.
Queria que meu Tio Zé Luís, que o seo Vicente, pai do Deivão, e o Adilson, pai do Japão, estivessem lá para ver in loco o que eu via.
Quando o time santista foi até o alambrado, liderados pelo leão insano Fabio Costa, os olhos marejaram...
Vibrei com os pais e os filhos, os mais velhos confessaram que iriam à Igreja Evangélica com a camisa do Santos por baixo da roupa de oração.
Mas nem precisavam, o coração deles já estavam alí, quer camisa de time melhor?
Deviam agradecer mesmo, a força superior, de alguma maneira, agiu naquele estádio.
Saí do campo de alma lavada, o dinheiro gasto valeu, a loucura também.
Saí de corpo lavado também, que dilúvio caiu em Campinas após o jogo...
Deve ter sido o choro de "todos os Santos..."
Enfim, como é bom ser torcedor.
Mesmo num país em que somos tratados como gado, comer a grama pelo time vale a pena, vale o couro.
Claro, não saí do estádio como um novo santista, longe disso, não virei a casaca pelo jogo. Pelo contrário, amo ainda mais meu time, e quem também fez e faz dele o que é hoje no cenário nacional e internacional.
Mas acima de tudo, saí de lá convicto que amar o futebol é sim um sentimento valioso, que muitos não entendem, mas quem entende de sentimentos?
Torça hoje e sempre, seja pela Itapirense, pelo Mogi Mirim, pelo Unidos da Vila Bazani, ou pelo seu time, meu caro leitor, torça!
FOTO: GLOBOESPORTE.COM
Como avaliar se a paixão por alguém ou algo é insando ou normal em estado absoluto?
Sinceramente, não sei responder, e nem quero respostas.
Apenas abrir a discussão.
Porque se há algo neste mundo que apaixona é o futebol.
Acordei neste domingo com vontade de ir ao Moisés Lucarelli ver Ponte Preta x Santos.
Não torço para nenhum dos dois times, mas sabia que a decisão da vaga no mórbido Paulistinha 09, seria viva, intensa.
Fiz minhas tarefas do dia, entre faculdade e F-1. Almoço e afins.
Às 14:33 saí de casa e me dirigi, a pé, até o estádio pontepretano.
Minha intenção era comprar meia-entrada e entrar na torcida da Ponte, onde já fui algumas vezes e é muito bom, a torcida joga junto com o time, são os "Hooligans do interior".
Assim que cheguei nas cercanias no estádio, um festival de cambistas.
Um deles, dizia: "Acabou a meia lá, na minha mão é 25".
Eu iria pagar 15 e havia levado apenas 20 reais para o campo.
Quanto fui à bilheteria, era verdade, não havia mais meia.
Pensei em ir para casa. Mas algo me dizia que seria bom ver o jogo.
Resolvi ir atrás do cara dos ingressos e tentar negociar valores.
Mas quando o encontrei ele estava sendo "batido" pela PM...
Resolvi seguir rumo à minha casa, até que passei enfrente a um bar.
A torcida da Ponte cantava empolgada e com gritos de guerra, provocando os santistas.
Revoltados, os peixeiros resolveram retrucar e a discussão ficou como os baderneiros gostam.
E eu alí, no meio do fogo cruzado. Ainda bem que saí de casa inteiro de preto e branco, fazendo alusão aos dois times.
Seguindo, são e salvo, vi um pessoal com a camisa do Santos entrando numa rua.
Resolvi segui-los e saí na entrada da torcida visitante. Fui até as bilheterias.
Se na parte pontepretana vi uns três cambistas, alí parecia uma convenção, uns 20, e na cara da bilheteria...
Me ofereciam meia, inteira, mas consegui meia-entrada na própria bilheteria... Ao preço que meu bolso aceitava, rs.
Entrei!
Achei um bom lugar, atrás do gol, liguei meu radinho e fiquei tranquilo.
Logo conheci um rapaz que estava com o filho de uns 5 anos
Era bacana ver como o pai mostrava a alegria de ser santista ao herdeiro, que com os olhos cheios de surpresa e admiração, olhava a massa praiana invadindo o interior.
O jogo começou, o Santos estava mal, errando muitos passes e a Ponte era perigosa, ao ponto de obrigar Fabio Costa à grandes defesas.
Aos poucos o Santos era dominado, desanimando sua torcida, que, até surpresa, vibrou com o gol. Não vi quem marcou o gol, mas apostei com um cara ao lado. "Não sei também, mas apostaria fácil que foi o KP. Acertei.
Vibrei, mas era fingimento. Pensava no resultado do Mogi em Bauru e em outros resultados...
No intervalo conheci mais duas pessoas. Pareciam ser pai e filho também, mas com idade maior. O suposto filho já beirava os 25 anos.
Discutimos a situação de desempate com a Portuguesa, e claro, teatral, eu usava os termos; "se ganharmos", "vamos ganhar", só depende de nós aqui", entre outros que me faziam entrar na torcida deles.
Na volta ao segundo tempo, uma surpresa. Com nove segundos a Ponte empatava com Dayvid. Um caminhão pipa de água fria nos milhares de santistas. Repentinamnete comecei a entrar no clima e fui ficando tão desanimado quanto eles.
Minutos depois, o pior. Gum virou o jogo para a macaca. Era o fim?!
Com o gol do Santo André no Canindé, eu avisava: "Precisamos fazer um gol aqui e torcer por mais um do SA ou fazer dois aqui, mas com essa bolinha..."
O Santos estava nervoso e fui ficando tanto quanto os jovens em campo, ainda abalados com a virada.
Mas aos 37 minutos entrou em ação o cara!
Kléber Pereira, novamente, fez o gol de empate, o tento da esperança santista.
O que foi aquilo, a torcida vibrou demais, parecia prever a classificação, o milagre, a virada...
"O Santos é o time da virada...O Santos é o time da virada...O Santos é o time da virada..."
O canto invadiu as orlas do estádio, invadiu a alma dos jogadores, e confesso, me fez ser santista por alguns minutos.
Torci pela virada como se fosse o time que eu amo.
Xinguei de verdade, torci na real, sem contracenar...
Até que Jean pôs a mão na bola, eu, e outros tantos gritaramos: "Penalti juizão..."
E o juizão assinalou...
Quem pegou a bola?
Kléber Pereira.
Que agonia. Mais um pouco de sofrimento para uma tarde de tensão para os santistas...
O gol e o apito do árbitro fariam daquele jogo histórico para o time com mais história no país do futebol.
KP foi lá e pimba, gol! 3x2... Incrível!
Quando o árbitro apitou final de jogo, eu não acreditava.
Queria que meu Tio Zé Luís, que o seo Vicente, pai do Deivão, e o Adilson, pai do Japão, estivessem lá para ver in loco o que eu via.
Quando o time santista foi até o alambrado, liderados pelo leão insano Fabio Costa, os olhos marejaram...
Vibrei com os pais e os filhos, os mais velhos confessaram que iriam à Igreja Evangélica com a camisa do Santos por baixo da roupa de oração.
Mas nem precisavam, o coração deles já estavam alí, quer camisa de time melhor?
Deviam agradecer mesmo, a força superior, de alguma maneira, agiu naquele estádio.
Saí do campo de alma lavada, o dinheiro gasto valeu, a loucura também.
Saí de corpo lavado também, que dilúvio caiu em Campinas após o jogo...
Deve ter sido o choro de "todos os Santos..."
Enfim, como é bom ser torcedor.
Mesmo num país em que somos tratados como gado, comer a grama pelo time vale a pena, vale o couro.
Claro, não saí do estádio como um novo santista, longe disso, não virei a casaca pelo jogo. Pelo contrário, amo ainda mais meu time, e quem também fez e faz dele o que é hoje no cenário nacional e internacional.
Mas acima de tudo, saí de lá convicto que amar o futebol é sim um sentimento valioso, que muitos não entendem, mas quem entende de sentimentos?
Torça hoje e sempre, seja pela Itapirense, pelo Mogi Mirim, pelo Unidos da Vila Bazani, ou pelo seu time, meu caro leitor, torça!
FOTO: GLOBOESPORTE.COM
1 comentários:
perfeito comentario vale a pena ler ate o fim!!!
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